
1º DE MAIO DIA DO TRABALHO
CFESS MANIFESTA
No final do século XIX, nos Estados Unidos, trabalhadores e trabalhadoras foram massacrados ao lutarem pela redução da jornada de trabalho. Ao longo dos últimos séculos, no mundo afora, o 1º de maio é comemorado como sinônimo de luta e resistência da classe trabalhadora. Mas, na vertente neoliberal, com a lógica de cooptação do indivíduo e negação da classe trabalhadora, as comemorações do 1º de maio muitas vezes são mistificadas. Nas grandes capitais brasileiras, por exemplo, grandes showmícios, sorteios de apartamentos e carros ganham o cenário! Nada contra festa! Porém, a história mostra que as conquistas alcançadas pelas forças organizadas do trabalho no mundo se deram com o enfrentamento dos conflitos e dos interesses antagônicos entre o capital e trabalho.
Entendemos o trabalho como elemento fundante da sociabilidade humana, mas sob as particularidades da sociedade capitalista prevalecem processos intensos de exploração e de alienação. Ao invés da emancipação humana, temos dois terços da humanidade sem acesso a uma vida digna, vivendo a partir da inserção precária no mundo do trabalho ou em situação de desemprego, que tem levado parcelas significativas da população a viver sem esperança e perspectiva de futuro. Mais do que nunca, é necessário desmistificar as relações sociais presentes no mundo capitalista, combatendo sua naturalização. A realidade mundial, neste contexto histórico, com a lógica perversa do capital financeiro, protagoniza uma das maiores crises do capital da história, cujas consequências já impactam milhões de trabalhadores(as). Serão aproximadamente 23 milhões de postos de trabalho que desaparecerão em todo o mundo somente em 2009 e sem perspectiva de criação de novos empregos a curto e médio prazo. A restrição de acesso aos direitos sociais e ao trabalho implica profundas mudanças em suas vidas cotidianas. Trabalhadores e trabalhadoras perderam suas casas; encontram-se sem condições objetivas para o atendimento das necessidades mais básicas e são profundamente atingidos(as) em sua subjetividade, submetidos(as) que ficam às tensões produzidas pelo ambiente hostil do desemprego e da inserção precária no trabalho. Isto tem gerado inúmeros agravos à saúde e também a perda dos vínculos com outros companheiros e companheiras construídos no dia a dia do trabalho.
Na nossa realidade capitalista de país periférico, com o aprofundamento das desigualdades sociais e da concentração de renda em pequena parcela da população, este cenário ganha expressões próprias, dentre as quais destacamos: não cobertura dos direitos previdenciários de 47.69% da população economicamente ativa (IPEA) que não contribuem para a seguridade social;
aumento da violência urbana e rural, atingindo impiedosamente a juventude negra que reside nas grandes periferias; tendência de criminalização dos movimentos sociais combativos e de suas lideranças; não realização da reforma agrária e criminalização da pobreza. Vivenciamos não só a violação de direitos, mas também de sonhos e desejos. Diferentes dimensões humanas são submetidas à lógica do capital, que culpabiliza e responsabiliza trabalhadores e trabalhadoras pela falta de acesso a uma sociedade cuja própria concepção não é de abranger a todas e todos.
“Tempos bicudos” , como diz o poeta, que exige de nós ousadia de continuar acreditando na construção coletiva e em uma sociedade compromissada com a emancipação humana, ousadia para resistir a toda forma de exploração e de opressão e as tentativas de aniquilação do indivíduo enquanto ser social.
E nós, assistentes sociais, comprometidas/ os com os princípios elencados no nosso Código de Ética, reafirmamos a defesa dos direitos humanos e a luta pelo acesso aos direitos sociais. Mais do que nunca, precisamos reafirmar cotidiana e incessantemente a defesa de trabalho com qualidade para todos/as, a universalização da seguridade social; a redistribuição de renda e riqueza; a educação pública e laica em todos os níveis; moradia e acesso aos serviços urbanos para todos/as; reforma agrária; democratização dos recursos públicos.
O momento exige de nós, assistentes sociais, conhecimento teórico, capacidade técnica e compromisso ético e político, mas também exige sensibilidade, indignação e criatividade, fortalecendo os espaços coletivos em que atuamos na condição de profissionais e trabalhadores(as). É nesta perspectiva que o CFESS parabeniza a todas/ os trabalhadores(as) do mundo e do nosso país.
Mais do que nunca,precisamos reafirmar cotidiana e incessantemente
a defesa de trabalho com qualidade para todos/as.
“Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de
hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem
sangrenta, de confusão organizada, de arbitraridade
consciente de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar.”
Bertold Brecht
CFESS MANIFESTA
No final do século XIX, nos Estados Unidos, trabalhadores e trabalhadoras foram massacrados ao lutarem pela redução da jornada de trabalho. Ao longo dos últimos séculos, no mundo afora, o 1º de maio é comemorado como sinônimo de luta e resistência da classe trabalhadora. Mas, na vertente neoliberal, com a lógica de cooptação do indivíduo e negação da classe trabalhadora, as comemorações do 1º de maio muitas vezes são mistificadas. Nas grandes capitais brasileiras, por exemplo, grandes showmícios, sorteios de apartamentos e carros ganham o cenário! Nada contra festa! Porém, a história mostra que as conquistas alcançadas pelas forças organizadas do trabalho no mundo se deram com o enfrentamento dos conflitos e dos interesses antagônicos entre o capital e trabalho.
Entendemos o trabalho como elemento fundante da sociabilidade humana, mas sob as particularidades da sociedade capitalista prevalecem processos intensos de exploração e de alienação. Ao invés da emancipação humana, temos dois terços da humanidade sem acesso a uma vida digna, vivendo a partir da inserção precária no mundo do trabalho ou em situação de desemprego, que tem levado parcelas significativas da população a viver sem esperança e perspectiva de futuro. Mais do que nunca, é necessário desmistificar as relações sociais presentes no mundo capitalista, combatendo sua naturalização. A realidade mundial, neste contexto histórico, com a lógica perversa do capital financeiro, protagoniza uma das maiores crises do capital da história, cujas consequências já impactam milhões de trabalhadores(as). Serão aproximadamente 23 milhões de postos de trabalho que desaparecerão em todo o mundo somente em 2009 e sem perspectiva de criação de novos empregos a curto e médio prazo. A restrição de acesso aos direitos sociais e ao trabalho implica profundas mudanças em suas vidas cotidianas. Trabalhadores e trabalhadoras perderam suas casas; encontram-se sem condições objetivas para o atendimento das necessidades mais básicas e são profundamente atingidos(as) em sua subjetividade, submetidos(as) que ficam às tensões produzidas pelo ambiente hostil do desemprego e da inserção precária no trabalho. Isto tem gerado inúmeros agravos à saúde e também a perda dos vínculos com outros companheiros e companheiras construídos no dia a dia do trabalho.
Na nossa realidade capitalista de país periférico, com o aprofundamento das desigualdades sociais e da concentração de renda em pequena parcela da população, este cenário ganha expressões próprias, dentre as quais destacamos: não cobertura dos direitos previdenciários de 47.69% da população economicamente ativa (IPEA) que não contribuem para a seguridade social;
aumento da violência urbana e rural, atingindo impiedosamente a juventude negra que reside nas grandes periferias; tendência de criminalização dos movimentos sociais combativos e de suas lideranças; não realização da reforma agrária e criminalização da pobreza. Vivenciamos não só a violação de direitos, mas também de sonhos e desejos. Diferentes dimensões humanas são submetidas à lógica do capital, que culpabiliza e responsabiliza trabalhadores e trabalhadoras pela falta de acesso a uma sociedade cuja própria concepção não é de abranger a todas e todos.
“Tempos bicudos” , como diz o poeta, que exige de nós ousadia de continuar acreditando na construção coletiva e em uma sociedade compromissada com a emancipação humana, ousadia para resistir a toda forma de exploração e de opressão e as tentativas de aniquilação do indivíduo enquanto ser social.
E nós, assistentes sociais, comprometidas/ os com os princípios elencados no nosso Código de Ética, reafirmamos a defesa dos direitos humanos e a luta pelo acesso aos direitos sociais. Mais do que nunca, precisamos reafirmar cotidiana e incessantemente a defesa de trabalho com qualidade para todos/as, a universalização da seguridade social; a redistribuição de renda e riqueza; a educação pública e laica em todos os níveis; moradia e acesso aos serviços urbanos para todos/as; reforma agrária; democratização dos recursos públicos.
O momento exige de nós, assistentes sociais, conhecimento teórico, capacidade técnica e compromisso ético e político, mas também exige sensibilidade, indignação e criatividade, fortalecendo os espaços coletivos em que atuamos na condição de profissionais e trabalhadores(as). É nesta perspectiva que o CFESS parabeniza a todas/ os trabalhadores(as) do mundo e do nosso país.
Mais do que nunca,precisamos reafirmar cotidiana e incessantemente
a defesa de trabalho com qualidade para todos/as.
“Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de
hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem
sangrenta, de confusão organizada, de arbitraridade
consciente de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar.”
Bertold Brecht
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